Eagle Igor, Eagle Mo, Igor Mozão, Igor em sobrevôo citadino é a águia tropical; a harpia amazônica que plana também nos céus do Pará [de onde emerge o Igor, em toda a sua exuberância]; a ave de rapina planando sob um arpejo eletrônico de technocarimbó. Planando com as asas para trás e o bico cortando o vento, chega a São Paulo e pousa no alto de um prédio da Santa Cecília. Eagle Mo fisga em plongée a cidade, os prédios e os amantes conformados da mesma matéria pra qual endereço eu envio essa missiva? Onde fica a casa do meu amante?; a palavra forjada pelo concreto armado que é herança de uma venerável poesia brasileira. Em outro tempo, a arquitetura maciça subtraída de arabescos de Le Corbusier incidiu sobre a antilira cabralina [joão CABRAL de melo neto, o CABRAL que fundou um país porque criou uma língua]. Aqui, no Eagle Mo, mesmo de forma obtusa e violentamente erótica, ela aparece, a máquina de comover, que cria as habitações duras e antilíricas e por isso mesmo arranca de (...)