Bruxisma, um manifesto sem rodeios. Com linhas finais matadoras, curtas feito porrada, o livro feminista é escrito quase todo sem maiúsculas, somente com uma pontuação mínima, tudo na pura potência do verso. Traz o caos e as luas entre lobas, abutres, corvos, diabos, deusas, sereias e detalhadas descrições do habitar um corpo feminino. Enuncia muitas vezes o óbvio, mas que ainda é necessário ainda se enunciar qualquer homem medíocre/ ganha mais prêmios do que eu. O livro briga pelo direito inalienável de se existir mulher com dignidade e afeto. É preciso ser trovão. Indignada a cada verso com a vida, sempre tão pesada, embora se faça possível pelas mãos trançadas de muitas, a autora tece um repúdio claro a respeito da condição das mulheres na segunda década do século XXI. A partir do arquétipo da bruxa, em voz de uma latino-americana no mundo globalizado em mazelas, canta canções em outras línguas em homenagens para a brasileira Conceição Evaristo, [...]