Pablo Neruda em certo momento de sua fantástica existência comentou o fundamento do ato de escrever. Recorri, então, para realizar este prefácio, à sua famosa e irritante constatação: Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias. Neruda não foi, de forma alguma, arrogante. Foi sintético e penetrante. O obstáculo para a execução de um bom texto reside, justamente, nas ideias: buscá-las em nosso imaginário é uma tarefa difícil. Contudo, penso que a minha proximidade com a autora permite a elaboração de um quadro representativo convincente e otimista. O leitor deve saber, previamente, que, assim como outros(as) tantos(as) escritores e escritoras, Fernanda também lida com conflitos variados. Ocorre que, ao contrário do conflito básico evidenciado, por exemplo, em Drummond mais precisamente em A rosa do povo isto é, o Eu versus Mundo, o embate-base aqui é o de Eu versus Eu. [...]