Ao realizarem um estudo comparativo da institucionalização das ciências sociais no Brasil e na Argentina, os sociólogos Alejandro Blanco, da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina), e Luiz Carlos Jackson, da Universidade de São Paulo, desenharam um quadro bastante abrangente e matizado da formação e do desenvolvimento da vida intelectual nesses dois países. Com um olhar atento para a origem social das gerações de escritores atuantes desde a cena cultural pós-independência, o duplo vínculo com as letras e com a política, os diversos graus de internacionalização e de dependência, os lugares institucionais da atividade intelectual - a imprensa, as revistas, as editoras, a universidade -, os autores reuniram um arsenal surpreendente de informações, que desdobram, comparam e analisam de forma clara e objetiva. Este livro, como afirma o prefácio de Sergio Miceli, "assume sem pejo o recado sociológico e põe a nu as práticas de intelectuais incontornáveis, para cuja apreciação é dispensável a mística do ofício", ao mesmo tempo em que ultrapassa delimitações de áreas, expondo as matrizes que, no campo da sociologia, mas também no da literatura, da política e da crítica da cultura de modo geral, se defrontaram no século XX no Brasil e na Argentina, com ressonâncias na atualidade.Estudo comparado das ciencias sociais e da critica literaria no Brasil e na Argentina, realizado pelos sociologos Luiz Carlos Jackson, da Universidade de Sao Paulo, e Alejandro Blanco, da Universidade Nacional de Quilmes. O livro analisa a origem social dos autores, o vinculo com as letras e a politica, a internacionalizacao e a dependencia, e os lugares institucionais da atividade intelectual - a imprensa, as revistas, as editoras, a universidade. Nesse jogo de espelhos entre os dois paises, onde fatores comuns engendram experiencias dispares, sobressaem-se os paralelos entre as figuras de Gino Germani e Florestan Fernandes, e Adolfo Prieto e Antonio Candido.