Quem (não) tem medo do Proctologista? Todos nós e não só neste estado indiscutivelmente machista, o Rio Grande do Sul, em que o exame de toque retal para muitos parece uma invasão irrecuperável da sua masculinidade. Este assunto tem levado inúmeros conterrâneos nossos ao sofrimento ou à necessidade de ter de realizar um tratamento mais complexo. Aos poucos Gilberto Saute nos conduz pelos caminhos, ora hilariantes, ora preocupantes, dos que atravessam seu consultório e suas salas de atendimento, muitas vezes com a indiferença com que os quatro personagens daquele filme inesquecível e da poderosa peça teatral que lhe deu origem (Quem tem medo de Virgínia Woolf) o fazem, empurrando os problemas para fora de si. E nos detalhes pitorescos ou nos conselhos magistrais, o médico nos propõe uma indiscutível posição de vanguarda e decisão de brio.