Durante os anos 70 a América Latina viveu um período de efervescência literária. Observados de perto por regimes autoritários, os escritores latinos buscaram na inovação narrativa o caminho para criticar a sociedade, criando obras de grande qualidade estilística. Uma das mais importantes desse período é “Meu tio Atahualpa”, o romance picaresco do escritor e folclorista sergipano Paulo de Carvalho Neto. Aclamado pela crítica e traduzido para diversos idiomas, o livro mantém até hoje o espírito de sátira de verve endiabrada — sendo uma referência obrigatória para estudos de literatura neo-indianista.