Maryse Condé, romancista nascida na ilha caribenha de Guadalupe, faz em "Corações migrantes" uma rica reconstrução do clássico de Emile Brönte, "O morro dos ventos uivantes": a pródiga história (recontada por diversos narradores) de uma menina mulata tão pobre quanto um rato de igreja e desesperadamente apaixonada por um jovem negro ainda mais pobre do que ela. Desta vez, as críticas explícitas de Condé aos preconceitos étnicos e raciais estão subordinadas a uma história propriamente dita, dominada por personagens vivos e enriquecida por freqüentes ilustrações da religião vodu.