Em versos livres, numa linguagem que evita o demasiado erudito sem recair nas malhas do coloquial, esta obra é composta de quarenta e dois poemas com forte teor confessional, abordando os grandes temas consagrados pela tradição literária: a vida, a morte e outros. Em momentos de iluminação e epifania, em que o real se releva diante do deslumbramento, é dada ao leitor a possibilidade de acesso a um mundo de beleza, cuja chave é a palavra poética, emergida do chão comum, mas apontando sempre para o sublime. Tal como nas notas musicais de um prelúdio, as palavras, agora já não apenas os símbolos mortos da representação, agrupam-se harmonicamente e em ritmo, anunciando este outro universo imaterial da emoção para o qual o leitor é conduzido. Assim, considerando que a poesia é a palavra viva, este livro se propõe a ser a experiência preliminar que antecede o silêncio da reflexão: experiência renovada a cada instante e em cada um.