O autor empreende um estudo que visa trazer à luz a superficidade do pensamento filosófico e teológico de Kierkegaard na âmbiência cultural do hegelianismo na Europa no final do século XIX. Demonstra como e quanto a dialética entre o universal e o singular, o indivíduo e a sociedade, constitui uma variante original do confronto com o sistema de filosofia especulativa de Hegel, que marcou toda uma geração de filósofos. No caso de Kierkegaard, importa também o relacionamento dialético entre fé e razão, a impossibilidade de contornar o abismo que se abre às mais importantes dimensões do espírito. É nesse horizonte que se pode apreender toda a dramaticidade filosófica e existencial da célebre diferenciação Kierkegaardiana entre os estádios estético, ético e religioso da existência