Kaputt descreve em forma de reportagem os horrores políticos do nazismo e do fascismo, a partir do contraponto bem alinhavado entre realidade e fantasia. Neste romance, considerado um clássico da literatura universal, nos deparamos com um mundo esfacelado, em que os homens são meros detritos perdidos no tempo e no espaço. Curzio Malaparte revela, em Kaputt, a grandeza e a miséria humanas, fazendo com que homens e monstros se confundam como em um quadro de Hieronimus Bosch. O livro começou a ser escrito no verão de 1941, em Pesttschianka, na Ucrânia. O autor foi tecendo pouco a pouco a história das mazelas da guerra. Quando não estava no front, dedicava-se a escrever suas vivências. Um ano depois, já na Polônia, Malaparte dá início à segunda fase do livro. Em 1943, já refugiado em Capri, consegue concluir a obra. A irônica realidade descrita em Kaputt é fantástica, espantosa e degradante, histórias e episódios como Os Cavalos de Gelo, Os Ratos de Jassy, Os Cães Vermelhos, O Olho de Vidro e Sigfried e o Salmão jamais serão esquecidos pelo leitor.