O livro resulta da tese de doutoramento da autora, defendida do Departamento de Geografia da UFRJ. Faz uma extensa revisão da bibliografia disponível sobre as favelas do Rio de Janeiro e usa fontes primárias, como censos prediais e demográficos. Estudando o período que se inicia em 1930, Maria Lais fala das favelas operárias, onde se concentrava a mão-de-obra das indústrias nascentes, descreve as relações conflituosas entre moradores e proprietários de terrenos, lembra as mobilizações dos favelados e a ação de políticos, desde Pedro Ernesto até Carlos Lacerda, e mostra a constante disputa travada entre instituições como o Partido Comunista e a Igreja Católica. A presença de favelas na paisagem carioca data da década de 1920. Ao longo do tempo, elas viveram, reiteradamente, situações de conflito e complementaridade com o conjunto da cidade e assumiram diferentes significados. É esse o fio da meada do trabalho de Maria Lais em sua notável contribuição para a história da cidade.