"Marco sacode a água dos braços, com se quisesse alçar mais alto o corpo, mais longe, e escapar dela. Ele inspira longas baforadas de ar, esforçando-se para se acalmar, para controlar os movimentos. Consegue se arrastar até os degraus com dificuldade, expulsando da garganta a água esverdeada da lagoa. Seus longos cílios morenos gotejam, formando o desenho de um terço na terra nua de Veneza. Donatella, ignorando o sofrimento do moço, encara-o com aquele olhar malicioso que ela preservava desde a infância, com o mesmo zelo de uma ostra em relação à sua pérola."