A moda pode contribuir para minorar o desconforto do hemiplégico, dada sua condição física? A professora de Moda Fátima Grave acredita que sim e aprofunda o tema de sua tese de mestrado em seu livro A moda-vestuário e a ergonomia do hemiplégico, publicado pela Escrituras Editora. Trata-se de um duplo problema, explica Fátima Grave, primeiro, de ergonomia, pois o hemiplégico tende a desenvolver uma atrofia do lado comprometido que, na maioria das vezes, está paralisado e gera repercussões de postura no lado não afetado; segundo, de moda, visto que não se trata de um vestuário com o objetivo apenas de abrigá-lo, mas também de fazê-lo sentir-se confortável em relação aos padrões sociais das pessoas com as quais convive. Com a falta de estudos que sintetizem e substanciem um vestuário adequado para esse segmento da população, o usuário não encontra tais peças à venda no mercado daí a importância de pesquisas detalhadas sobre as áreas do corpo do deficiente hemiplégico. Dessas preocupações nasceu este livro de Fátima Grave, baseado em pesquisas sobre as características da postura do deficiente físico hemiplégico. Com base nessas pesquisas e depois de estabelecer as definições específicas a respeito de sua condição física, caminhar-se-á para a apresentação de protótipos ergonomicamente ajustados. Segundo destaca Fátima Grave, aprofundando o trabalho, venho procurando o apoio de pessoas de diversas áreas: antropólogos, médicos, filósofos e outros especialistas que sustentem e solidifiquem uma nova visão para a moda, a qual deve começar a adotar novas técnicas de confecção de roupas para hemiplégicos que visem a integrá-los à sociedade.