Durante o século XIX, a arte parecia ser uma profissão exclusivamente masculina. As poucas mulheres que ingressaram nesse sistema dominado pela Academia eram julgadas de modo pejorativo, e a pecha de amadorismo inibiu por muito tempo estudos sobre suas produções. Centrada em cinco trajetórias paradigmáticas de pintoras e escultoras acadêmicas - Abigail de Andrade, Berthe Worms, Julieta de França, Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, Georgina de Albuquerque - Profissão Artista revela a crescente inserção feminina no campo artístico brasileiro no período que vai da metade do século XIX até 1922. Ana Paula Simioni expõe questões referentes às representações dominantes sobre a condição das mulheres no tempo, às suas disposições adquiridas no curso da formação e que modelaram suas escolhas, ao caráter masculino da atividade artística, aos desafios que enfrentaram e o modo como puderam equacionar o conjunto de constrições de amplo espectro.