Contatando brancos e demarcando terras apresenta um repertório de narrativas obtidas em entrevistas com velhos indígenas das terras Parabubure e São Marcos sobre os primeiros contatos estabelecidos pelos Xavante com os brancos, entre as décadas de 1940 e 1950, e sobre os processos históricos que culminaram nas demarcações dessas terras pelo Estado brasileiro, na década de 1970. Por meio da história oral, foram produzidas as entrevistas e obtidas as narrativas que formam o corpus do trabalho, cujas condições de produção são, ao longo desta obra, rigorosamente descritas. Partindo de uma problematização da colonialidade do saber presente na historiografia brasileira, a autora demonstra a importância das histórias e das memórias dos povos indígenas e promove o questionamento da tutela jurídica e das práticas de disciplinarização aplicadas por agentes do Estado brasileiro e pelos missionários às comunidades nativas. [...]