Por que pessoas que habitam áreas tidas como perigosas detêm vínculos enraizados com noticiários que exploram a violência nessas mesmas regiões? Ao entrelaçar as formas como as narrativas criminais são elaboradas e consumidas no país que já registrou mais de 1 milhão de homicídios desde a redemocratização, este livro refuta a ideia de que é porque elas gostam de ver sangue na TV. Prefere lançar olhares para como os noticiários criminais, para além da exibição de imagens sensacionalistas, fortalecem o conservadorismo das classes populares. O objetivo de identificar a construção de personagens em telejornais marginalizados pelos estudos em jornalismo, embora amplamente populares, e de avaliar como telespectadores sujeitos históricos estigmatizados e invisibilizados produzem sentidos aos conteúdos ligados à temática da violência, move a linha argumentativa da obra. O resultado mostra que esses programas empregam sofisticadas técnicas narrativas que contrastam a vida insistentemente (...)