O novo livro de Sérgio Nazar David intitula-se Gelo, elemento da protomatéria que simboliza o universo e a alma, o desejo, o mundo subaquático, o inconsciente, bem como a necessidade da sua metamorfose. Na forma de o poeta pensar a linguagem, pressente-se um mais evidente fascínio pela estranheza, por uma não convencionalidade, que resulta da interacção, ou de um atrito entre as palavras. O autor de A Primeira Pedra edifica, nesta obra, um discurso singular a partir do qual tenta corrigir o presente imperfeito ou reconstruir um passado de impossível retorno. Não só inventa como reinventa um dizer em torno de temáticas que lhe são comuns: o amor, a sexualidade, a identidade quebra de fronteiras entre masculino e feminino, a memória, o pai (e a infância), o mundo, também o do ciberfuturo, e a poesia. [...]