Em finais do século XVIII, o Brasil colonial achava-se subjugado pelo governo português. Praticamente inexistiam direitos individuais, e os altos impostos, o monopólio comercial exercido pela Coroa Portuguesa e a proibição de manufaturas, exceto as mais rudimentares, estrangulavam a economia da colônia, explorando-a e impedindo qualquer tipo de progresso. Além disso, a educação e a vida intelectual achavam-se reprimidas pela carência de escolas, pela proibição de tipografias e pela férrea censura de livros. Ao contrário do que acontecia na América espanhola, não havia nenhuma universidade, de maneira que os poucos brasileiros com recursos tinham que estudar na Universidade de Coimbra. Revoltados contra essas circunstâncias, alguns homens cultos da Capitania de Minas Gerais, inspirados pelo exemplo dos Estados Unidos da América que se haviam libertado da Inglaterra alguns anos antes tentaram realizar um sonho de independência. Falharam, em parte por terem sido traídos, mas seu ideal permaneceu vivo. Este livro é um relato daquele episódio, conhecido como Inconfidência Mineira, através dos olhos de um protagonista fictício, o jovem André-Luís de Oliveira Santerre, que convive com os inconfidentes e logra sobreviver, para, vinte anos depois, testemunhar a realização daquele ideal de independência.