A viagem de Elizabeth Gilbert em Comer, Rezar, Amar atraiu mais de sete milhões de leitores pelo mundo. Comprometida conta a história do que a autora descobriu depois. Elizabeth Gilbert estava com quase trinta anos e tinha tudo o que qualquer mulher poderia querer: um marido apaixonado, uma casa espaçosa que acabara de comprar, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, estava confusa, triste e em pânico. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha. Comer, Rezar, Amar é a envolvente crônica desse ano. Em Roma, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano e engordou os onze quilos mais felizes de sua vida. Na Índia dedicou-se à exploração espiritual e viajou durante quatro meses. Já em Bali, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Tornou-se discípula de um velho xamã e também se apaixonou da melhor maneira possível: inesperadamente. Nos últimos capítulos de Comer, Rezar, Amar, Liz Gilbert conhece o brasileiro Felipe. Naturalizado australiano, ele vivia na Indonésia quando conheceu Liz, 17 anos mais nova - é ele o "coroa" da dedicatória do novo livro escrita em português até na edição de língua inglesa. "Perto do fim da viagem, encontrei Felipe, que havia anos morava sozinho e tranquilo em Bali. O que veio em seguida foi atração, depois uma lenta corte e, finalmente, para nosso espanto mútuo, amor". A resistência dos dois ao casamento, no entanto, era mútua: "Felipe e eu já tínhamos até jurado fidelidade vitalícia um ao outro, embora em particular. O problema é que éramos sobreviventes de divórcios difíceis, e a experiência nos deixou tão feridos que bastava a idéia de um casamento formal - com qualquer pessoa, mesmo com pessoas tão legais como nós dois - para provocar uma sensação pesada de pavor", escreve a autora. Como todos os que já passaram pelo divórcio, Felipe e Elizabeth tinham aprendido a desagradável verdade: toda intimidade traz consigo, escondidos sob a superfície adorável do início, os mecanismos sempre engatilhados da catástrofe total: "Já tínhamos aprendido que o casamento é um terreno no qual é muito mais fácil entrar do que sair". Traumatizados, juraram, nunca, em nenhuma circunstância, casar novamente. Mas eis que problemas com a imigração americana os obrigam a oficializar a união: quando chegavam de uma viagem, um oficial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos deteve o casal e lhes apresentou uma escolha: ou se casavam, ou nunca mais ele entraria no país dela. "Os limites e termos do nosso relacionamento mudaram da noite para o dia. De repente, nós dois - ambos avessos ao casamento e sobreviventes de divórcios traumáticos - fomos basicamente sentenciados pelo governo a casar. Eu queria fazer as pazes com a ideia do matrimônio antes de mergulhar nele outra vez", conta a autora, decidida a desvendar o mistério do que é na verdade essa instituição "confusa, irritante, contraditória, mas teimosamente duradoura do casamento". Durante os dez meses seguintes, enquanto os dois vagaram pelo sudeste asiático esperando que o governo norte-americano os deixasse voltar ao país e se casar, o assunto foi a obsessão da autora: "Enquanto viajava com Felipe num estado de exílio sem raízes e trabalhava como louca para levá-lo de volta aos Estados Unidos para que nos casássemos em segurança, a única coisa em que pensei, a única coisa que li e quase a única coisa de que falei com alguém foi o assunto desconcertante do matrimônio". A história de Comprometida começa dezoito meses depois do fim de Comer, rezar, amar. Com humor e inteligência, o livro examina questões de compatibilidade, paixão, fidelidade, tradição familiar, expectativas sociais, os riscos de divórcio e as responsabilidades mais mundanas. Liz Gilbert desfaz os mitos, desmonta os medos, constrói uma perspectiva histórica e troca, enfim, fantasias românticas por vitais compromissos emocionais. Assim, o livro se torna uma celebração do amor - com toda a complexidade e as consequências que o amor verdadeiro, sem ilusões, sempre acarretará.