A obra surpreende não só por tratar de uma pequena e pouco divulgada escola de samba do Grupo de Acesso carioca, a Acadêmicos do Dendê, mas pela densidade da análise etnográfica. Destaca as tensões sociais em jogo na formação e reformulação da cultura popular. O autor evidencia as redes de relações sociais estabelecidas pelos componentes da escola no processo de preparação do seu carnaval, bem como as formas de expressão simbólica do pertencimento ao bairro, a Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Também enfatiza a história da escola, vinculada à memória de seus desfiles e à produção das alegorias no barracão, elemento central no atual formato dos desfiles, e ponto de partida para observação dessas relações.