Tornou-se banal dizer que o mundo não é uma mercadoria, que é imperativo repudiar a "mercantilização" da vida. No entanto, ninguém ousa abordar a questão central: de onde advém exatamente esta impostura, esta inversão da realidade geralmente atribuída ao dinheiro e ao consumo? Marx respondeu a esta questão há mais de um século: os seres humanos fetichizam o "valor", fabricam um conceito todo-poderoso, um novo deus que nada tem a ver com a realidade das suas vidas nem com as respectivas necessidades. Filósofo, Anselm Jappe vai às fontes originais recuperar o projecto de Marx e de vários autores que a ele se referem. Analisa os fenômenos recentes da globalização, das crises monetárias e da bolsa, enfim, da decadência social. Evidencia ainda os motivos por que nos tornamos afinal prisioneiros de falsos conceitos e por que somos continuamente alienados por esse soberano "valor mercantil", pouco abalado pelo advento do capitalismo. Com um discurso de grande profundidade, embora sempre acessível, Jappe apresenta os fundamentos para uma crítica contemporânea ao neoliberalismo.