Este livro reúne o trabalho de investigação e dois artigos realizados durante o meu Doutorado em Filosofia, pela Universidad Complutense de Madrid, que podem ser lidos independentemente, mas que se complementam mutuamente. A primeira parte, "A ciência como jogo", explora o pensamento de Thomas Kuhn e busca propor uma múltipla definição do termo paradigma, de modo a oferecer um instrumento de análise de modelos ou teorias diferentes. Num momento em que os modelos surgem como modismos, com duração semelhante à moda de uma estação, é importante estar atento não só às mudanças, mas também àquilo que permanece. Na era da informação, fala-se muito em velocidade das mudanças. Talvez seja a hora de se pensar no que continua sendo como antes, mesmo que se fale em revolução. A revolução é sempre uma ruptura, mas é só ruptura? Proponho que pode existir continuidade, mesmo nas revoluções científicas. Para demonstrar essa idéia, incompatível com a metáfora do quebra-cabeça, feita por Kuhn, proponho uma nova analogia: o Tangran, puzzle chinês, composto de apenas sete peças, com as quais se pode montar uma infinidade de formas.