Para o homem primitivo, o ato de comer esteve sempre intrinsecamente atrelado ao instinto de sobrevivência: comia-se o que havia disponível para não perecer. Em algum momento, porém, ao longo da evolução do Homo sapiens, o hábito de se alimentar incorporou valores além da simples saciedade de uma função fisiológica primitiva comum a todas as espécies vivas. A refeição compartilhada entre membros do mesmo clã passa a ser um ponto de convívio social; a diferença de poder aquisitivo entre nobres e plebeus se reflete nos alimentos disponíveis à mesa. Celebrações são marcadas por um cardápio especial e farto. O jejum, adotado por diversas religiões em momentos específicos, revela-se prova de sacrifício e resiliência frente às tentações mundanas. Culturas podem ser facilmente identificadas por seus chamados pratos típicos, em que alimentos comuns a outros povos são preparados de maneira peculiar, garantindo-lhes identidade única. Com a Revolução Industrial, ocorre um aumento [...]