Não se afobe não. Entre devagar neste livro, e disponha-se a percorrer os rastros que os corpos deixaram nos desvãos das casas de uma cidade ainda por descobrir. O eco de uma canção vem quase importunamente mesclar-se ao que escrevo sobre estas Moradas da ficção. Corpo, casa e cidade são aí concebidos como espaços embrionários da narrativa, como se os segredos da intimidade do corpo varassem o tempo por ficarem gravados em fundos de armários da casa habitada e na posta-restante da cidade ocupada. As canções não param de me perseguir, possivelmente porque também participam da finíssima arquitetura crítica de Monica Figueiredo, que expõe, diante do espelho, personagens de dois fins de século o XIX e o XX, como se elas lá estivessem para se m irar e para se confrontar no que as aproxima e no que inevitavelmente as distingue. A autora escolheu falar de literatura a partir de espaços do desejo feminino. Encontrou então, no corpo da Luiza de Eça de Queiroz, alguém que teve pressa [...]