O autor revela que a linguagem, os signos simbólicos em geral e os nossos processos de pensamentos costumeiros tendem a serem sequenciais, sucessivos, unidimensionais. O mundo, diferentemente, apresenta-se como um tipo multidimensional, não sucessivo e de riqueza e variedade virtualmente infinitas. Esse mundo nos convida a uma especulação, contemplação, meditação, pré-linguística, que não é uma forma de misticismo, pois nele está presente a afirmação de que somos autores de uma interpretação da complexidade do real - uma interpretação que pode ser mais ou pode ser menos aberta, tolerante, criativa, ampla. O método de exposição deste livro, se assim podemos considerar, não é o da demonstração argumentativa. Pelo contrário, a cada passo, a cada conceito, a cada nova etapa da exposição, o autor apresenta exemplos tirados seja do dia a dia, da Literatura ou da Ciência. Seu apego à vida cotidiana expressa sua radical coerência com o objetivo de mostrar como a vida está mergulhada nos processos de continuidade não linear do mundo.