De um lado, Domenico De Masi, autor do best-seller O Ócio criativo, obra em que apresentou um inovador conceito de trabalho, fundamentado na importância do tempo livre como aliado da criatividade. De outro, Oliviero Toscani, fotógrafo idealizador das polêmicas campanhas institucionais da Benetton na década de 1990, baseadas em fotos sobre temas fortes como racismo, AIDS e guerra. Além da nacionalidade italiana, os autores de A felicidade têm em comum a originalidade de pontos de vista e a vocação para, a partir de suas ideias na contracorrente do pensamento dominante, desencadear acaloradas controvérsias. Amigos na vida particular, uniram esforços para lança um visionário olhar sobre a mais perene das obsessões humanas: a felicidade. Ao longo das páginas de A felicidade, as imagens captadas pelas lentes de Toscani dialogam com as reflexões desenvolvidas por De Masi, num percurso que abrange 25 séculos do pensamento ocidental. Os principais filósofos, teólogos, psicólogos, psicanalistas e sociólogos que se debruçaram sobre o tema são citados e reinterpretados pelo arauto do ócio criativo - como ele mesmo diz, por meio de um "texto fragmentário, feito de pequenas passagens, em vez de um discurso presunçosamente sistemático e acabado". Tais fragmentos narrativos desvendam, pouco a pouco, as conexões profundas entre felicidade e seus temas correlatos - riqueza, beleza e segurança, por exemplo. À luz da sociedade contemporânea, os autores identificam quais são os atuais "inimigos" (como o tempo, a solidão e o trabalho) e "amigos" (como o lazer, o conhecimento e o ócio) da felicidade. Com a ousadia peculiar, apontam dez tendências para o futuro próximo, construindo uma panorâmica de como será viver neste mundo em 2020. E, diante das tendências, ainda enumeram seis propósitos a serem perseguidos por quem quiser buscar a própria felicidade em tempos pós-industriais. Autodeclarados subversivos e felizes, De Masi e Toscani explicam o estilo estético-literário adotado no livro: "Sabemos que ninguém imagina a felicidade em branco e preto. Por isso, fizemos um livro colorido. Sabemos que ninguém tem uma ideia precisa de felicidade. Por isso, preferimos pensamentos e cores enfumados". O resultado é uma obra prenhe de otimismo, que agrega inesperado frescor a um tema exaustivamente explorado, mas ainda longe de se esgotar.