Os textos reunidos em OBRA CRÍTICA - VOL. 3 mostram um amadurecimento político do escritor Julio Cortázar e sua busca por uma visão menos alienante da história, ambos acentuados pelo triunfo da Revolução Cubana. "Ser um escritor latino-americano supõe, ao sê-lo honestamente, pensar e agir num contexto em que a realidade geopolítica e a ficção literária misturam cada vez mais suas águas", afirmou em um texto de 1982. O discurso crítico de Cortázar - que em OBRA CRÍTICA - VOL. 3 abrange temas intrinsecamente ligados à realidade latino-americana nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como "O intelectual e a política na América Hispânica" e "América Latina: exílio e literatura" - foi parte integrante de toda a sua prática literária. Assim como na sua ficção, que para ele não podia ser mais um mero deleite nem existir à margem da sociedade, estes textos convocam o leitor a compartilhar o caminho de Cortázar, a desenhá-lo, a criar uma visão mais generosa do mundo americano. Além dos romances que se tornaram clássicos da literatura mundial, Julio Cortázar deixou um legado de artigos, ensaios e resenhas de crítica literária que se destacam tanto por sua acuidade interpretativa quanto pela elegância da prosa. A presente compilação dos seus textos críticos foi organizada em três volumes, a cargo de três teóricos que aliam a condição de eruditos e especialistas ao invejável status de amigos pessoais do autor: Saúl Yurkievich (Teoria do túnel, 1947), Jaime Alazraki (trabalhos críticos anteriores a O jogo da amarelinha, 1963) e Saúl Sosnowski (trabalhos críticos posteriores a O jogo da amarelinha).