Edição ampliada e revisada dos diários de Lúcio Cardoso, concebidos como um projeto artístico pelo próprio autor, figurando como uma obra-prima ao lado de Crônica da casa assassinada. O primeiro volume traz os diários do autor até 1951, repletos de citações literárias e de investigações bíblicas, uma obsessão de Cardoso. Penso nos outros, nos amigos que nunca tive, naqueles a quem eu gostaria de contar estas coisas como quem faz confidências no fundo de um bar, escreve Lúcio Cardoso em seu diário, comungando com o leitor a escolha imposta da escrita. É esse diabólico e raro prazer da confidência, para muitos a própria suma de suas inspirações e pensamentos, que ele partilha conosco. Aqui acompanhamos o percurso intelectual e psicológico, artístico e filosófico do autor que produziu, entre 1934 (Maleita) e 1959 (Crônica da casa assassinada), uma obra intimista e única em seu tempo. Escritos para ser publicados em vida, estes diários são palco de elucubrações candentes sobre [...]