Cyro dos Anjos é um autor que se pode chamar de sóbrio. Sóbrio no estilo literário, sóbrio na quantidade de títulos, sóbrio na personalidade. O mesmo, porém, não se pode dizer do personagem-título de seu segundo romance, Abdias, advogado sem entusiasmo, casado e ?pai de família?, vê o convite para dar aulas num colégio de meninas ricas com expectativa e vaidade intelectual. Sua vida será, porém, conturbada pela paixão platônica ambiguamente correspondida por uma aluna de 17 anos, o que não deixa de corresponder à emergência das paixões políticas, econômicas, sociais, culturais e urbanas que marcam a época (e, portanto, o livro), às vésperas da Segunda Guerra.