Esta obra não teria sido possível fora do solo comum da interdisciplinaridade que lhe é inerente. Suas proposições não seriam sustentáveis não fosse a dimensão hermenêutica e artística que hoje permeia, ou deve permear todo Direito, provando-nos que a normatividade jurídica não é uma realidade pronta e acabada, mas um elemento em permanente construção. Estariam William Shakespeare e Miguel de Cervantes mortos? Celebramos a morte dos escritores ou celebramos, valendo-nos de seu próprio ofício, a possibilidade de nos misturarmos no entre de suas histórias, tornando-nos em Outro? O que aprendemos, nós e o Direito, sob o olhar do Direito e Literatura? Entre, leitor. A obra vem a você. A nós. Que leitor somos todos. Leitores de Shakespeare e Cervantes e de todos os clássicos cuja celebração de morte é sempre mais um pretexto para a vida, o novo e inesperado. Leitores da vida. Leitores do mundo. Leitores que não se sabem antes da obra. Somos inventados por ela. Mas nunca somos seus meros receptores. Nos inscrevemos nela. Deixamos um rastro no que lemos. Os que escrevem a partir dela, a contra-assinam. Esse é um livro de contra-assinaturas. Entre!