O meu reencontro com velhos companheiros do movimento estudantil, passados quarenta e cinco anos de nossa militância conjunta, animou-me a publicar um livro rememorando e refletindo sobre o enfrentamento à ditadura e suas barbaridades. Conceder o indulto do esquecimento aos que praticaram o terrorismo de Estado é imputar-lhes inocência. Assim, coloquei em prática um remoto projeto de lembrar aquele tempo por meio do meu testemunho em defesa das liberdades democráticas. Retalhos de vida dos que foram para a esquerda, apresentados numa longa crônica costurada pelos ideais do socialismo numa América Latina unificada. Tenho muitas razões para publicar este livro. A primeira delas é para comemorar a democracia institucional, ampliar as liberdades democráticas e avançar no direito que todas as pessoas devem ter de manifestarem o seu pensamento, de darem o sentido que quiserem às suas vidas, de viverem em paz e em fraternidade, e até mesmo isoladas, se assim o desejarem. A segunda é (...)