Este livro procura estudar a questão concernente às atividades de exploração dasriquezas em territórios tradicionalmente ocupados pelos povos e comunidadesindígenas brasileiras, utilizando-se do vocábulo “ouro” e do segmento econômico damineração como elementos simbólicos paradigmáticos da ganância pelas riquezasencontradas nos indigitados territórios. Com efeito, a tese tem por fito demonstrar,em sua essência, que o signo “ouro” representa o centro do neoliberalismo esimboliza a relação inicial entre o dominador e o dominado, o explorador e oexplorado, a metrópole com a periferia que, por seu turno, se perpetua ao longo dosséculos em face da ganância que caracteriza o capitalismo moderno. Dessa forma, o“ouro” se apresenta como elemento icônico na duradoura relação de subjugação dospovos e comunidades indígenas no Brasil. Lado outro, a tese demonstra anecessidade da prevalência da alteridade para evitar a “invisibilidade” dos indígenas,vistos como o “outro” diferente. Nesse sentido, a tese vem afirmar que é por meio dademarcação das terras indígenas que, mais do que um direito constitucional, significao último eco da descolonização, para que não ocorra a irredutibilidade do indígena àcondição de ser a-histórico, culminando com a explotação de sua dignidade emdetrimento dos Direitos Humanos Universais. Destarte, daí emerge a relevância de seabordar o assunto, utilizando-se, para tanto, de uma metodologia descritiva comfulcro em revisão bibliográfica, direito comparado e pesquisas empíricas realizadasem campo.