Em O Impensável na Clínica, o autor convida o leitor a percorrer a face virtual e intensiva dos encontros clínicos. Fazendo uso de sua experiência singular, a qual atravessa os campos da cardiologia, psicanálise e filosofia, levanta questões fundamentais do cenário clínico contemporâneo, como o estatuto do corpo traduzido em imagens pela tecnologia médica, a redução da experiência do encontro aos quadros psicopatológicos tornados clichês ou as "agonias impensáveis" dos seres expropriados da condição de elaborar os acontecimentos que a vida lhes apresenta. No limite, tanto o clínico como o paciente, o escritor ou o leitor se desconhecem, interrogam e inventam formas de si, a partir dos encontros, e Luis propõe o encontro de acontecimentos clínicos atuais com a experiência de filósofos como Deleuze, Lyotard, Simondon e IIIich, psicanalistas como Freud, Winnicott e Bion ou ainda etólogos como Uexküll e Stern. Destes encontros, disparações e afetações, distanciamo-nos das figuras de autoria, em favor da participação em um plano coletivo pré-pessoal e pré-individual, singular e intensivo, em que se forja uma clínica que aposta ética e politicamente na invenção e na alegria.