Que o leitor não se deixe enganar pelo título em tom de armadilha. O já-visto toma sempre uma forma surpreendente e original nos poemas e aforismas de Nilo Barroso. Horácio, Heródoto, Safo, Aristófanes, aparecem nas primeiras páginas, seguidos por Kant, Goethe, Drummond e Woody Allen, em cenários como universos paralelos, partículas quânticas ou em sincronicidades várias. Do big-bang às cenas cariocas contemporâneas, essa poesia atravessa passado e presente, relendo e atualizando clássicos e modernos, sempre com um toque de humor e fina ironia. Nilo Barroso já tinha se revelado um mestre da narrativa curta em seu livro anterior, Badulaques, e com este Déjà-vu etc. e tal ele reafirma - mais do que uma veia poética criativa e concisa -seu olhar agudo sobre os dramas e tragédias do homem e do cotidiano, temperado pela sabedoria ancestral de outras leituras vorazes.