"Em que lugar você terá ouvido, com maior insistência, a indagação Dá para ir embora? Se pensar bem, lembrará que foi na sala de aula, nos seus tempos de estudante: terminado um período de aula, dada por concluída uma atividade proposta pelo professor, o estudante chega-se ao mestre e dispara: Como é, já dá para ir embora, professor? Não será, certamente, o único lugar onde as pessoas, ansiosamente, perguntam se já é possível sair dali. Mas esse foi o ambiente em que constatei, como aluno e professor, a repetição angustiada da pergunta. Quantas serão as situações, ao longo de uma vida, em que temos o ímpeto de não as enfrentar? Em presença delas, muitas vezes, a boca fica-nos seca, somos tomados por dores de cabeça, estomacais ou nas costas, assolados por nevralgias, por sudoreses abruptas, as mãos tornam-se geladas, o coração se faz notar, sobrevém uma vertigem vórtica ou tantas outras aflições do corpo. Sabemos, são meros sintomas do conflito interno por ter de enfrentar as tais situações. Mas, obrigados a enfrentá-las como costumamos ser, temos vontade de gritar: Dá para ir embora? Sugeri o tema e o título ao médico e psicanalista Ricardo Maximiliano Pelosi. Confira você mesmo, leitor, o livro do Pelosi"