A mudança no aspecto político partidário do Estado do Acre que ocorreu com a ascensão do PT acriano, as realizações do governo, a sua hegemonia política e as estratégias de inserção no movimento ecológico foram temas apresentados nesse texto. Eles nos levaram a indagações sobre a capacidade que os governos eleitos com forte apelo popular e um discurso político progressista, possuem de realizar por meio da política partidária, as transformações necessárias nas realidades sociais das quais eles emergem. A floresta que cobre o território acriano foi o cenário. Os índios remanescentes das populações tribais que habitavam o Acre, os seringueiros e as lideranças que surgiram com a luta desses povos e outras que se formaram no interior do quadro político partidário produziram um governo que se autodenominou como governo da floresta. Este é um texto que buscou compreender qual o alcance desse termo e as suas implicações no processo de compreensão da política na Amazônia, e as alternativas para uma convivência equilibrada dos homens com a natureza e os governos. A inclusão das complexas relações dos homens com o espaço da floresta faria com que um governo da floresta não se resumisse em um governo sobre a floresta, mas um governo de homens, plantas, animais, insetos, micro-organismos e de toda a biodiversidade existente nesse espaço.