A atividade artesanal como estratégia de desenvolvimento econômico para o semiárido, exige discussão profunda, especialmente quando esta direciona sua produção para o mercado e análise da questão da identidade e da cultura dos povos tradicionais, que historicamente é representada nas diversas peças produzidas. O artesanato feito com as mãos hábeis do artesão emprega e faz sobreviver tanto o grupo quanto a arte, envolve famílias no processo produtivo e é considerado uma alternativa de geração de renda e subsistência firmada na tradição. Estratégias de desenvolvimento econômico voltadas para a autonomia e emponderamento dos povos tradicionais, se bem articuladas, podem remediar três grandes problemas que afligem a humanidade neste início de século: a degradação ambiental, a perspectiva de finitude dos recursos naturais e a pobreza que atinge milhões de pessoas em todo o planeta e se transformar em alternativa de desenvolvimento classificadas como socioeconômica, cultural e ambientalmente sustentável. Uma alternativa ou modelo de desenvolvimento estritamente econômica, que discute o uso dos recursos naturais, sem discutir questões essenciais do ponto de vista social, como o acesso à comida e serviços para tratamento da saúde, o direito à posse da terra, leva a consequências danosas, inclusive sobre o meio ambiente. O desenvolvimento que não privilegia a redução da fome, das desigualdades econômico-sociais, vai de encontro, inclusive, aos preceitos dos direitos humanos fundamentais estabelecidos no seio da sociedade civil organizada.