Buscando construir um perfil médio de um professor de português da rede estadual da cidade de São Paulo hoje, com a intenção de investigar que tipo de sujeito leitor ele é e quais são as relações entre seus hábitos de leitura e sua prática docente, Gabriela Rodella obtém algo semelhante ao que estudos anteriores já haviam concluído. Ou seja, por mais de quatro décadas o problema persiste. As explicações variam muito, confluindo inevitavelmente para a precária formação dos professores, que, não por acaso, tem seu emblema na década de 70 do século passado, uma vez que, por um lado, transformações importantes ocorreram na escola brasileira, com a universalização do ensino e a necessidade urgente de arregimentar professores onde não havia, e, por outro lado, a movimentação de idéias novas sobre educação, cultura, literatura, nos países do mundo ocidental, exigia que se repensassem os conteúdos e as formas de ensiná-los.