O quanto de nós é refletido nos processos históricos? A ideia de um romance ficcional e historicamente possível unificada pela temática das imagens refletidas nos espelhos é o tema dos quatorze estudos de história moderna apresentados neste livro. Realizado a partir das diversas discussões que vão, por exemplo, da conquista da América pelos espanhóis ao tráfico de escravos no Atlântico, ou ainda, das estratégias de ascensão social na corte de D. João V às relações entre judeus e negros no Caribe. Os espelhos dizem como somos vistos pelos outros, a nossa imagem para o mundo, e registram a intenção do duplo tão usado na literatura. Neste livro há hipóteses como a de Carlo Ginzburg, de que os espelhos deformariam seus objetos, ou a de Umberto Eco em que as diferenças dos reflexos seriam causadas pelas posições dos ângulos. Em "Espelhos Deformantes" é possível encontrar em fatos históricos muito de nós mesmos e interagir com os “espelhos deformantes” do passado ajustando nossos pontos de vista. Logo, os fatos que ao serem contemplados mediante ao nosso próprio reflexo deixariam de perecer no esquecimento. Este livro visa contribuir para o estímulo à pós-graduação em História, mediante a leitura de alguns estudos em exercício, com vários fundos documentais e em diferentes estágios de maturação, expondo a dualidade do historiador entre o pesquisador solitário e a difusão do conhecimento.