Cercas de Pedras nos apresenta Blanche, uma mulher que luta para ser protagonista de sua história. Muito cedo, ela aprendeu, através do próprio corpo, como o amor podia ser cruel e opressivo. Muito cedo, ela aprendeu a desconfiar dos lugares familiares e seguros. Após sucessivas violências, Blanche acaba internada em um manicômio: destino de muitas mulheres cujo comportamento não se enquadrava no padrão esperado. Se os termos “cerca” e “pedra” remetem a um cenário de prisão, descobrimos que Blanche desenvolveu um hábito que lhe confere liberdade: ela escreve e esse ato funciona como um bálsamo que alivia suas dores. Somos surpreendidos por um escrita sem amarras, sensual, rica dos excessos de uma alma rebelde e ainda cheia de sonhos.