[...] as forças golpistas no Brasil convergiram em uma máquina de guerra semiótica, que alterou os parâmetros temporais da política. Não é a primeira vez que se utilizam máquinas de guerra semióticas para derrotar um governo popular. Mas com o atual agenciamento ganharam-se milhões de almas; rebanhos enormes, que fizeram até os santos duvidarem. [...] um bombardeio mediático e jurídico foi utilizado para quebrar uma identificação social e produzir outra. Chegamos assim a uma situação em que a máquina de guerra passou a dominar a conjuntura em movimento acelerado: depuseram Dilma, prenderam Lula, elegeram o candidato de extrema-direita. Cabe perguntar agora para uma política progressista: como agir em um tempo acelerado? Como subverter a predominância imaginária da velocidade? Deve-se replicar, produzir um WhatsApp insurgente? O manifesto aceleracionista propõe que se utilize essas novas bases tecnológicas de aceleração social como uma plataforma de lançamento de políticas pós-capitalistas. Mas podemos nos iludir com a máquina de guerra para produzir atos?