Esta obra, que corresponde à pesquisa de mestrado da autora, na Universidade de São Paulo (USP), realizada sob a orientação do jurista Dalmo de Abreu Dallari (in memoriam), investiga a possibilidade de se implantar no Brasil uma legislação sobre prostituição semelhante à da Nova Zelândia, que, em 2003, instituiu um novo modelo de abordagem jurídica da atividade, visando primordialmente à proteção dos direitos humanos das profissionais do sexo. A pesquisa busca demonstrar que a criminalização do entorno da prostituição reforça o estigma sobre as profissionais do sexo e este, por sua vez, fortalece o poder masculino sobre a atividade, de modo que negar direitos à categoria significa, na prática, fomentar um quadro de reiteradas violações de direitos humanos de inúmeras mulheres. Utilizando a história como categoria epistemológica, a autora nos convida a pensar sobre essas questões sob uma nova perspectiva: a dos direitos humanos e a da putafeminista.