Só agora, 70 anos depois, começamos a superar a ordem estabelecida ao  nal da 2ª Guerra um conflito de imenso peso na memória coletiva de muitos povos e países não só pelo seu papel central na construção do mundo que vivemos mas, também ou sobretudo pelos episódios aterradores de extermínio em massa, o horror dos totalitarismos, a inigualada destruição de populações civis e a arma do fim da humanidade, a bomba atômica. Se para alguns a participação brasileira foi simbólica ou de menor peso nos eventos puramente militares, isso em nada muda a importância, a coragem e o sacrifício pessoais dos soldados brasileiros, enviados à morte muitas vezes sem preparo, treinamento, equipamento e comandantes competentes num país distante e numa situação de difícil compreensão. A contrário, essas circunstâncias reforçam o brio que demonstraram. São duas perspectivas completamente distintas, a da participação do indivíduo e a da projeção histórica do acontecimento. É profundamente triste constatar quantos analistas no Brasil não sabem, ou não quiseram, separar uma coisa da outra.