Consagrada no sul do país e admirada por intelectuais de gerações diversas, a cronista e poeta gaúcha estréia na ficção "(...)A cronista deita seu olhar simultaneamente agudo e amável sobre a convivência entre homens e mulheres. Como nascemos uns para os outros, sugerem os textos reunidos neste livro, não seria má idéia remover de vez preconceitos e outras velharias que anulam a possibilidade do efetivo conhecimento recíproco. Geração Bivolt localiza com graça, talento e finíssima ironia, alguns dos caminhos que conduzem a esse conhecimento. E, por isso mesmo, nos deixam mais distantes das cavernas de onde todos viemos. - Augusto Nunes, sobre o livro Geração Bivolt "(...) A leveza que nunca é só ligeira, a pungência que consola, o sorriso que dói, tudo contribui para a plenitude dessa voz incomum. Suas Poesias Reunidas são leitura imperdível, pra mim compulsiva. Cada leitor há de reagir ao seu modo ante uma autora séria, seríssima, que lhe diz de repente: ‘São tantos os canais do coração/que chegando em Veneza fiquei nua...’, mas há de convir que, se a arte de congregar alusões faz a força do poeta, este (ou esta?) tem muito muque(..)" - Bruno Tolentino, revista Bravo, sobre Poesia Reunida "(...) gosto demais do que a Martha escreve: toca em sentimentos sem ser sentimentalóide, é bem-humorada sem ser superficial, é irônica sem ser maldosa (...)" - Lya Luft "(...) O sucesso que Martha Medeiros faz como cronista trazia o risco de ela esquecer que também é uma grande poeta. Mas não foi preciso fazer ameaças, organizar passeatas, nada disso. Ela mesma se encarregou de voltar à poesia com o lançamento de Cartas Extraviadas e Outros Poemas, que entre outras coisas diz: ‘aceito flores, beijos e anéis/a contragosto e em último caso, motéis/mas não me venha com suíte/que romantismo tem limite’." - Luis Fernando Verissimo "Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda - é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende." - Millôr Fernandes DIVÃ - Uma novela irônica, bem-humorada e sagaz sobre uma mulher que aos 40 anos decide fazer análise Cronista consagrada no sul do país, admirada por intelectuais e poetas, Martha Medeiros, que já vendeu 50 mil livros, combina irreverência e lirismo em textos curtos e contemporâneos. Autora de 11 livros, a autora faz sua estréia na ficção com DIVÃ. Na verdade, o mundo inventado por sua protagonista é abertamente inspirado na realidade que ela captura em suas deliciosas crônicas. DIVÃ conta a história de Mercedes - uma mulher com mais de 40, casada, filhos - que resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação; poético, divertido, devastador. Marinheira de primeira viagem em terapia, a personagem encara o consultório como se fosse uma espécie de alfândega que vai dar o visto para ela passar para o lado mais oculto de sua personalidade. Ao deitar-se no divã, Mercedes não hesita em alertar o terapeuta: "Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo." Dona de um texto simples e brilhante, Martha nos seduz com uma narrativa envolvente e catalizadora. O leitor que a princípio se transforma numa espécie de voyeur, é levado por espiral de acontecimentos reveladores. Ao final da leitura se vê cúmplice das loucuras, conflitos e questões existenciais da personagem, e se dá conta que ele também, em vários momentos, estava deitado em seu próprio divã. Mercedes é uma mulher que se parece um pouco com qualquer mulher. Divertida, pragmática, inteligente e sim, por que não? superfeminina. É do tipo corajosa, daquelas que não têm medo de nada. Capaz de administrar bem a casa, os filhos, o marido e até mesmo seus ataques de vaidade. Ela nos parece muito segura de si, daquelas que possuem controle sobre tudo. Será? Ao se deitar naquele divã, Mercedes se dá conta de suas armadilhas cotidianas. Ao entrar neste jogo catártico, ela nos confidencia que a liberdade é atraente quando nos parece uma promessa, mas pode nos enlouquecer quando se cumpre.