Márcio Santos revela, neste livro, o processo por meio do qual grupos sertanistas de São Paulo abandonaram a tradicional mobilidade associada aos paulistas para se estabelecerem como criadores de gado no remoto sertão do São Francisco. Instabilidade e mobilidade eram características comumente associadas pelos historiadores da primeira metade do século XX à circulação dos paulistas pelo interior da América portuguesa. Entretanto, o autor nos mostra que esses paulistas tinham intenção de enraizarem-se e que o processo de conquista e expansão do território esteve relacionado às dificuldades de acesso à terra que encontravam em São Paulo. Outro aspecto importante da pesquisa do autor é o de revelar o processo de povoamento nas regiões não-mineradoras, focalizando especificamente as cidades do norte e noroeste mineiros, como São Romão, Januária e Montes Claros.