Uma das histórias de 'As mil e uma noites' fala de dois homens que disputavam a posse de uma certa bolsa. E tanto brigaram que foram parar diante de um juiz. O juiz ordenou que cada um dissesse o que havia dentro da bolsa. Quem acertasse ganharia a causa. E os dois litigantes se puseram a enumerar o conteúdo da bolsa, cada qual querendo impressionar mais o juiz. Um falou em caravanas inteiras, tendas, vinhedos... O outro, em rebanhos, aldeias, homens e bichos e outras coisas mais. Bolsa bem mágica aquela! Tudo mentira ! O guarda-chuva multicolorido, grande e molhado da professora, encostado num canto da sala de aula, é muito melhor do que a tal bolsa. Melhor porque, maior por dentro do que por fora, e porque nele cabem muito mais coisas e coisas muito mais bonitas. E ainda mais mágicas, porque não são fruto da mentira e sim da imaginação, da alegria e da ternura.