Flores da Floresta Amazônica: a arte de Margaret Mee traz, aproximadamente, sessenta dos principais trabalhos da artista inglesa, considerada uma das mais importantes ilustradoras botânicas do século XX. Esta edição apresenta desenhos adicionais produzidos durante suas viagens pela floresta, desde sua primeira expedição, em 1956. Os textos foram extraídos diretamente dos diários que ela mantinha durante suas extensivas - e muitas vezes solitárias - aventuras pelo Amazonas, e trazem seus comentários sobre as flores, árvores, aves e animais da região, as rotas, itinerários e plantas encontradas, bem como suas opiniões sobre a floresta tropical brasileira que desaparecia rapidamente. Margaret Mee ficou fascinada pela miscigenação brasileira, ao encontrar, em seu caminho, os habitantes locais, com os quais teve a oportunidade de viver por algum tempo, tornando-se amiga de muitos, com o passar dos anos. Dotada de uma estrutura física pequena, olhos azuis e cabelos louros, achava importante não permitir que seu padrão físico interferisse em seu trabalho, mantendo sua aparência o mais simples possível. Lutou e perdeu algumas batalhas contra terríveis insetos, como o pium, por não usar luvas e redes sobre seu chapéu; mas nunca perdeu o senso de humor, mesmo após as situações mais perigosas e hostis. Nas colônias onde permanecia, visando preservar as plantas pelo maior tempo possível, cultivava pequenos jardins onde plantava os espécimes, muitos dos quais terminaram em centros de pesquisas de São Paulo e do Rio. Mee esteve envolvida em pesquisas no Instituto de Botânica de São Paulo, o que proporcionou a Margaret viagens por todo o Brasil e ampliou seus conhecimentos sobre as plantas e suas riquezas. Manifestava frequentemente seu desagrado em relação à exploração destrutiva da Floresta Amazônica, o que se transformou em uma cruzada apaixonada pela preservação do ambiente, que conquistou a admiração e o respeito de muitos, como o amigo Roberto Burle Marx. O reconhecimento de seu trabalho chegou em forma de suporte financeiro concedido pelo governo brasileiro, pela Sociedade Geográfica Nacional e pelo Prêmio Guggenheim. Nove novas espécies de plantas registradas por Margaret Mee, anteriormente desconhecidas pela ciência, levaram seu nome em sua homenagem, incluindo a Aechmea meeana, a Sobralia margaretae e a Neoregelia margaretae.