Remodelando uma fórmula para histórias de detetives durões desenvolvida anteriormente por velhos mestres do gênero, tais como Dashiell Hammett e Raymond Chandler, foi em 1947 que Mickey Spillane misturou pela primeira vez sexo, sadismo e violência em “Eu, o juri”, que apresentou ao público o truculento Mike Hammer, o mais célebre dos detetives machões. Passado no mundo sombrio do crime organizado, é um livro forte e veloz, cuja narrativa destaca Hammer em busca da vingança, com sua fúria de matador, nesse caso, visando atacar traficantes de drogas que assassinaram seu ex-companheiro de serviço militar. Embora solitário, Hammer é emocionalmente apoiado por Velda, sua louríssima e estonteante secretária, e por Pat Chambers, capitão da polícia que relutantemente concorda que a justiça de Hammer, usada por fora da lei, é mais rápida e eficiente que a sua. No clímax, as linhas de ação convergem quando o chefe dos traficantes se revela uma mulher, a misteriosa psiquiatra Charlotte Manning.