O estigma do câncer é forte, mas vem diminuindo em razão dos avanços da Medicina e pela difusão de informações que contribuem para a prevenção e o tratamento da doença. Juntamente com os profissionais de saúde, alguns pacientes vêm prestando um verdadeiro serviço de utilidade pública ao darem depoimentos sobre o enfrentamento da doença. Há os que fazem isso escrevendo, como Marina da Silva, que recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 38 anos, em 2002. O diário dela, transformado no livro Câncer de Mama. De como quase morri...de medo!¿ está sendo lançado pelo selo Pelicano Edições, da Editora Coopmed, de Belo Horizonte. Marina da Silva descobriu que tinha câncer de mama aos 38 anos. O diagnóstico teve impacto desconcertante na vida dela, do marido e da filha, parceiros inseparáveis em viagens, forrós e shows de rock. De uma hora para outra, o medo e a insegurança com a doença invadiram a rotina dela e da família. Meses depois de começar o tratamento, Marina sentiu a necessidade de enfrentar os sentimentos que a vinham abalando fortemente. O desafio proposto pelo médico, para que ela escrevesse um diário, acabou se revelando uma terapia importante. Ao nomear sentimentos e situações, a autora foi acionando os recursos que afinal sempre usara para viver. E como Marina é uma pessoa bem humorada, seu livro tem humor. Como é curiosa e tenaz, seu livro instiga a curiosidade, sem resvalar para a morbidez ou para a autopiedade.