O menino de caracóis na cabeça tivera um estranho sonho: árvores mudando de lugar, água correndo para trás e pessoas dizendo coisas belas que ele não entendia. Curioso por desvendar o significado, o menino foi até o Velho das Barbas que o aconselhou a procurar o fim do mundo. E o menino partiu. Encontrou seres que também buscavam respostas como a Árvore-que-dava-letras, o Filho-do-vento, a Pedra-carvão-que-mora-no-fundo-da-terra... Mas foi à beira do Mar-que-se-perdia-no-azul, já com caracóis prateados na cabeça, que o menino teve algo para contar. Então, ele pegou as letras da árvore e escreveu com a Pedra-carvão um texto que seria levado pelo Filho-do-vento ao Velho das Barbas, contando aos da sua terra, onde começava o fim do mundo. O menino de caracóis na cabeça é um texto que desconstrói o signo no conteúdo, na linguagem, nas metáforas. O texto é uma festa de toques artísticos, um cesto de sabedoria que foi recolhida do olhar de quem observa muito. O olhar do poeta que se faz janela do mundo.